segunda-feira, 21 de junho de 2010

Afundando

Já imaginou estar se afogando? A água gélida à sua volta e você cada vez mais no fundo, e no fundo e no fundo, sem conseguir sequer se mover, o ar aos poucos vai sumindo dos pulmões e então, você se desespera, luta, reage, mas já é tarde e a luz que você via acima da sua cabeça já não existe mais, você tenta se mover mais um pouco e vê pelo resto do espelho retrovisor que sua mãe sentada no banco de trás já não se move, o último suspiro de ar dos pulmões de seu pai ao seu lado cortam você como uma faca bem afiada e você deseja com todas as suas forças morrer junto e a dá um alívio quando você começa a perder a consciência e finalmente passa pela sua cabeça: “Morri”. Daí você acorda, tanto barulho e a cabeça rodando, luzes azuis e vermelhas e brancas, pessoas gritando para que você olhe para elas, uma delas grita para as outras: “Essa aqui está viva!” e o desespero volta, milhões de questionamentos são jogados dentro da sua cabeça, você quer levantar, quer falar, quer ver, mas é tudo tão confuso...

Dois dias depois, no hospital, descobri que meus pais estavam mortos... Eu tinha dezesseis, estávamos voltando de uma viagem, eu havia acabado de tirar minha licença para automóveis, meu pai quis ver como eu estava me saindo, estava anoitecendo, a estrada estava calma. Quando estávamos sobre a ponte na entrada de Oslo apareceu uma mulher de armadura no meio da estrada, do nada, tentei desviar, perdi o controle do carro, batemos e o carro caiu da ponte, o mais interessante é que a mulher, simplesmente, sumiu da mesma forma que apareceu.

Demorei a me recuperar da perda dos meus pais, eram tão bons para mim, tínhamos uma vida tão boa. Desde que me entendo por gente, nunca vi meu pai e minha mãe brigarem, eram sempre tão apaixonados e faziam tudo por mim, nunca fomos ricos, mas o dinheiro deles dava para tudo, inclusive para meus estudos. Sempre fui muito dedicada, devia isso a eles que se esforçavam tanto para me ver estudada. Com a morte deles tive que conviver com dois problemas: a Culpa e a Solidão. Desde o dia do acidente me culpo cada dia pela morte deles, se eu não tivesse surtado naquele dia eles nunca teriam morrido e estaríamos bem como sempre.

Aprendi a me virar, trabalhar, estudar, cuidar da casa, cozinhar... tudo. O dinheiro que eles deixaram deu para pagar a faculdade de Direito que sempre quis fazer, quando já tinha um pouco de experiência, arrumei um estágio no fórum da cidade, até que o dinheiro não era ruim e eu conseguia manter minha vidinha de classe média.

Até aquele maldito dia... eu surtei de novo e advinha? Bati com o carro... e advinha mais? Matei doze pessoas que estavam em uma lanchonete, todas aquelas pessoas mortas andando em volta de mim e aquela mulher bizarra de armadura... de novo?

3 comentários:

  1. Juro que tentei fazer aquele Já ficar debaixo da imagem junto com o resto do texto mas estava além do meu alcance uahuahuahuaha
    moxinha, o prelúdio ficou fodão! Azaradona a pequena veronica! uahauhuahauhaua
    P, edita as duas postagens quando vc puder para ficar igual as outras, blz?
    Abração!

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  2. Preludio triste...mas relaxa maninha, a Veronica tá evoluindo XD Começou com 2, agora já foram 12, se convertermos as proximas mortes em tecnocratas, vencemos a guerra da ascenção uahahahahahahahahaahahahahau

    Ficou muito foda maninha \o/

    E relaxa que eu edito sim Brunão!

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  3. =D Eu! HAUAHUAHUAHUAHAUH O que dizer de mim? HAUAHAUHAUAHUAH

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